13 maio, 2012


Olhar pela janela, vê o céu, a rua, a cidade e a vida estourando em meio a isso tudo. Analisar pequenos prazeres  que não cabem mais a você usufruir. Analisar simples situações que não cabem mais a você se envolver. Ter que, mansamente, rever todos os planos que um dia você criou. Perceber que Deus ou essa ilusão de poder superir lhe esfrega na cara a inconstância da vida, um dia você tá no outro não se sabe. Rir de como você se achava superior a tanta coisa e enchia o peito de uma certa imortalidade pra momentos depois chorar por não saber como vai tá na semana seguinte.
Não ter com quem se revoltar, por mais que seu instinto humano lhe empurre com todas as forças pra essa reação. Ter que se controlar constantemente para que não sinta um gosto de inveja dos que passam pelos corredores com o mesmo peito cheio de imortalidade que você tinha até pouco tempo. Aliás, não saber que gosto se sobressai na sua boca, mas ter a completa certeza de que não é o da vitória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário