29 setembro, 2011


A verdade é que, enquanto você estiver assim, nessa interminável agonia, esperando notícias que nunca chegam, vai deixar passar várias possibilidades interessantes ao seu redor. Claro, ninguém se compara a quem você aguarda, mas quem você aguarda não está disponível no momento. Poderá, inclusive, nunca estar, apesar de tudo o que foi dito naquele dia.

26 setembro, 2011


Tudo o que gosto tem sabor de pecado, é feio, censurado, imoral, fora da Lei, engorda e faz mal pra saúde.
Maysa.

Por um momento, só por um momento, esqueci de me vigiar e pensei: Merda, ainda te amo. Pensei, somente.
— Gabito Nunes

23 setembro, 2011

Sou da teoria de que tudo quanto é ex-namorada deveria, assim que se configurasse o término do relacionamento, tomar um bote chacoalhante até a ilha deserta mais próxima.
Por ilha deserta entenda-se um pedaço de terra, no meio do nada, cercado por bananas de dinamite por todos os lados.
Pense comigo se isso não seria uma dádiva na vida da sapatão comum.
Porque a sapatão comum está sentada no ônibus, cochilando, voltando de um dia igualmente comum de trabalho. Quando abre os olhos, percebe que existe uma mulher igualzinha à sua ex-namorada no banco da frente. Caso a ex-namorada tivesse rumado a uma ilha deserta, e caso tal ilha tivesse recém desaparecido do planeta por conta de uma explosão misteriosa, a referida semelhança não chegaria a ser perturbadora por tão longos minutos.
Desta maneira, a sapatão comum estaria livre para ocupar-se apenas de seus afazeres, e seguiria livre a sua vida, sem precisar se ver, vez ou outra, obcecada com o que vem aprontando, para onde está saindo, com quem anda flertando aquele ser maldito que lhe partiu o coraçãozinho.
* * *
Até que, considerando o perfil dos namoros fancha-com-fancha, a ideia da existência dessa ilha não parece assim tão fantasiosa.
Fanchas namoram por anos. Décadas. Bilênios. A paixão acaba, o amor desgasta, mas o medo da ilha está sempre latente, ali, segurando a relação.
Fanchas terminam e sempre voltam atrás em meia hora. Isso não é arrependimento; é o pavor de poder ser despachada para a ilha, a qualquer momento, pela metade mais magoada com o fim daquela história.
Fanchas sempre acabam se assemelhando fisicamente às suas namoradas. Pois, claro, se o relacionamento termina e a ex-namorada A contrata um bote chacoalhante que encaminhe a ex-namorada B para a ilha, vai que na hora do embarque a ex-namorada B consegue jogar a outra dentro? Quero ver quem nota a diferença entre quem foi e quem ficou.
Você é aquilo que reinvidica, o que consegue
gerar através da sua verdade e da sua luta,
você é os direitos que tem, os deveres que se
obriga, você é a estrada por onde corre atrás,
serpenteia, atalha, busca,

você é o que você pleiteia.

Você não é só o que come e o que veste.
Você é o que você requer, recruta, rabisca,
traga, goza e lê.

Você é o que ninguém vê.

21 setembro, 2011


O erro? Eu dizia, pois é, o erro. Eu penso, se o erro não foi de dentro, mas de fora? Se o erro não foi seu, mas da coisa? Se foi ela quem não soube estar pronta? Que não captou, que não conseguiu captar essa hora exata, perfeita, de estar pronta. Porque assim como o movimento de apanhar deve ser perfeito, deve ser perfeita também a falta de movimento, a aparente falta de movimento do que se deixa apanhar. Você me entende?

18 setembro, 2011

14 setembro, 2011

Sei lá menina, tá tudo tão legal, e um legal tão batalhado, um legal merecido, de costas e pernas doendo, mas coração tranquilo.

Aquele menino trazia na testa a marca inconfundível: pertencia àquela espécie de gente que mergulha nas coisas às vezes sem saber por que, não sei se na esperança de decifrá-las ou se apenas pelo prazer de mergulhar.

13 setembro, 2011

Eu preciso disfarçar que não paro mais de rir, mas aí olho pra você e você também está sempre rindo. Eu quero eternizar o seu sorriso lindo...
“Ela tem muita dúvida como todos têm. Mas nem todos sabem a beleza de saber lidar com a tristeza. Ela sabe. Ela ouve a música que seu coração pede e modela seu ritmo ao seu estado de espírito. Ela dança a coreografia de seus sentimentos, e todos podem ver. (…) Ela é mais que um sorriso tímido de canto de boca, dos que você sabe que ela soube o que você quis dizer. Ela fala com o coração e sabe que o amor, não é qualquer um que consegue ter. Ela é a sensibilidade de alguém que não entende o que veio fazer nessa vida, mas vive.”

12 setembro, 2011

O pequeno príncipe.


É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou, perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou. É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles te foi infiel. É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim, um recomeço.

11 setembro, 2011

sempre ele, Caio F.

"- Não consegui. Do grande esforço através dos doze meses, doze signos, doze faces, só guardo essa certeza. Que tonta travessia.
- Tudo bem, descansa. Faz parte não conseguir. Como Sísifo, se queres mitologias. Queres ainda?
- Por favor, estou farto. Brilhos baratos, as jóias eram todas falsas.
- Está certo, mas não quiseram te fazer mal. O mal não existe reverso do bem.
- Tanto faz, só peço que me deixem. Vou ficar encostado na árvore até amanhecer. Olhos abertos, feito uma vela acesa. Se ela insistir, direi que não tenho piedade alguma. Que não compreendo, não aceito nem perdôo mais a loucura. Se ele vier, pedirei que fique. Serei bom para ele. Mentira, não pedirei nem direi nada a ninguém. É indivisível, aprendi. Talvez consiga dormir. Talvez consiga acordar amanhã finalmente livre de tudo isso. Terei apenas um corpo, poucos pensamentos todos pequenos. Sei que foi inútil quando os vejo obstinados recomeçar e recomeçar sempre. Uma serpente que morde a própria cauda, um círculo infinito de enganos, Maya.
- Talvez não, perdeste a fé? Não te castiga assim, está tudo em paz. Nunca houve cães. É como uma cantiga de ninar nas cinzas do fim do mundo. Um barbitú rico, se preferires. Entorpece, melancólico, te leva para longe. Já se perdeu, não há futuro. Repousa, meu amigo. Deixa-me passar a mão nos teus cabelos. Está amanhecendo. Em voz baixa, eu canto para te enganar."
Em um sábado a noite tudo pode mudar. Um sábado a noite não deveria acabar.

10 setembro, 2011

Você é os segredos que guardou, você é aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai. Você é o que você  lembra.
Você é a saudade que sente, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas.
Você é o abraço inesperado, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, os pedaços que junta.
Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar. Você é o que ninguém vê.
Não vou pedir a porta aberta, é como olhar pra trás. Não vou mentir, nem tudo que falei eu sou capaz. Não vou roubar teu tempo, eu já roubei demais. -
"O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância,
os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E volta mais bonito, mais maduro, 
volta quando tem de voltar, volta quando é pra ser (...)"
Em outros braços os teus abraços. -

07 setembro, 2011

Uma menina me ensinou quase tudo o que eu sei. Era quase escravidão, mas ela me tratava como um rei.
Ela fazia muitos planos, e eu só queria estar ali, sempre ao lado dela (...)

06 setembro, 2011

Dizem que tô louco por te querer assim
Por pedir tão pouco e me dar por feliz
Em perder noites de sono só pra te ver dormir
E me fingir de burro pra você sobressair (...)



Que prazer mais egoísta o de cuidar de um outro ser
Mesmo se dando mais do que se tem pra receber (...)

02 setembro, 2011


Nicolle Albiero.

"A saudade é uma filha-da-puta que não respeita nada, senta na sua sala e fica olhando bem na sua cara. Pensando assim: “babaca". "
E não tenho medo. Sem platonismos, nem zen-budismos: quero que pinte o amor, dançar de rosto colado, pegar na mão à meia-luz, desenhar com a ponta dos dedos cada um dos teus traços, ficar de olho molhado só de te ver, de repente e, se for preciso, também virar a mesa, dar tapa na cara, escândalo na esquina, encher a cara de gim, te expulsar de casa e te pedir pra voltar.

01 setembro, 2011



Se te disseram pra não virar a mesa.
 Se te disseram que o ataque é a pior defesa
Se te implorarem por favor não vire a mesa
Ouça o que eu digo: não ouça ninguém