30 maio, 2011
Cazuza:
"Eu sou da geração do desbunde. Nunca tive saco pra milíco, desfile, gente com medo. Todo mundo ficava paralizado,mudo,anestesiado. Não dava pra fingir que não tinha nada. Pra mudar alguma coisa, a gente teve que gritar, se drogar, ir pra rua enfrentar nossa própria fraqueza. Era uma maneira de não se render, e não ficar careca, careta."
7 Mas, como insistissem em perguntar-lhe, ergueu-se e disse- lhes: Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra.
8 E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
9 Quando ouviram isto foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé.
28 maio, 2011
Mário Quintana:
Quantas vezes a gente, em busca da ventura, procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura. Tendo-os na ponta do nariz!
Em vão, por toda parte, os óculos procura. Tendo-os na ponta do nariz!
27 maio, 2011
25 maio, 2011
Triângulo das Águas:
"Quando estava meio bêbado assim emergia, vinha à tona, mas não estava limpo, todo melado de emoções informuláveis, saudades impossíveis, tinha vontade de pedir que ficassem com ele, que o colocassem no colo, na cama, que lhe dessem chá ou leite quente e repetissem que tudo ia ficar bem, que amanhã haveria sol, e não teria ressaca nem precisaria trabalhar e todas as dívidas estariam saldadas e receberia todas as cartas, todos os telefonemas que esperava inutilmente havia meses, havia anos, uma vida inteira esperando o que não vinha ."
18 maio, 2011
13 maio, 2011
11 maio, 2011
Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém...
‘Vem para que eu possa recuperar sorrisos, pintar teu olho escuro com kol, salpicar tua cara com purpurina dourada, rezar, gritar, cantar, fazer qualquer coisa, desde que você venha, para que meu coração não permaneça esse poço frio sem lua refletida. Porque nada mais sou além de chamar você agora, porque tenho medo e estou sozinho, porque não tenho medo e não estou sozinho, porque não, porque sim, vem e me leva outra vez para aquele país distante onde as coisas eram tão reais e um pouco assustadoras dentro da sua ameaça constante, mas onde existe um verde imaginado, encantado, perdido.’
...
Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, dormirás dias adentro, noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não conseguirás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro estranho o cheiro preciso dele.
08 maio, 2011
Tudo isso dói. Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois (...) Certo, muitas ilusões dançaram – mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força pra manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis, becos-sem-saída. Nada é muito terrível. Só viver, não é? A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa (...)
07 maio, 2011
- Mas sempre haverá a ausência de algo ou alguem. Sempre haverá essa dor no peito, teoricamente chamada de sentimento, mas coitada, não passará de mera ilusão. Porem, devido a sua importância, você terá que guarda-la como o mais preciso dos tesouros. Ela será a prova de que algo ou alguem, muito importante, diria ate indispensável, não esta mais ao seu lado.
- Então Bob, será que você pode me ensinar a viver dispensando o que é indispensável?
- Então Bob, será que você pode me ensinar a viver dispensando o que é indispensável?
04 maio, 2011
– Vai rever as rosas. Assim compreenderás que a tua é única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.
O pequeno príncipe foi rever as rosas:
– Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.
E as rosas ficaram desapontadas:
– Sois belas, mas vazias – continuou ele. – Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três, por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
– Adeus… – disse ele…
– Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
– O essencial é invisível aos olhos – repetiu o principezinho, para não se esquecer.
– Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
– Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… – repetiu ele, para não se esquecer.
– Os homens esqueceram essa verdade – disse ainda a raposa. – Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa…
– Eu sou responsável pela minha rosa… – repetiu o principezinho, para não se esquecer.
01 maio, 2011
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